No Brasil, estima-se que são consumidas entre 1 e 1.5 milhão de pizzas diariamente, nas mais de 36 mil pizzarias do país.
Só em SP, são 1 milhão de pizzas por dia…
É claro… Pelos números, essa pesquisa não incluiu Brasília…

Este é um post expresso: Não tenho o tempo necessário para pesquisar e redigir e, talvez, não devesse escrever se não posso fazê-lo do jeito certo. Aliás, este é o principal motivo de se passar tanto tempo sem coisas novas por aqui. Mas, tem horas que você precisa dizer algo, ainda que não seja o melhor que pode dizer.
E, mais uma vez, o Legislativo (com letra maiúscula, para representar o tamanho esperado de um poder democrático) brasileiro fez o que faz de melhor: Manchou qualquer espaço que ainda resistia branco, com o molho da pizza que faz tão bem desde o fim da Ditadura.
De Dilma para cá, o que mudou?
Ainda que diante de toda a nojeira que vemos em Temer, Aécio, PMDB e PSDB… Eu continuo acreditando que o impeachment de Dilma era necessário.
O país estava congelado no meio do impasse político que Dilma e sua linha autoritária gerava com os demais Poderes; a economia naufragava – com os investidores internacionais fugindo aos montes – nos planos que só a Presidente e seu alto escalão acreditavam; a casa legislativa não funcionava com ela (e o Executivo precisa do Legislativo para mudar qualquer coisa no país…) e, no fim das contas, a relação Dilma/Poder estava completamente disfuncional.
Ela era delirante nas declarações finais de seu governo e expunha o Brasil, enquanto nação, ao ridículo nos fóruns econômicos e políticos, mundo à fora.
Tá certo: Tenho que confessar saudades das pérolas que só ela sabia fazer… O vento ensacado, o dia das crianças-animais, saudando a mandioca, a aritmética complexa do preço do gás… Enfim…
Mas, quem apostava que o problema era o Partido dos Trabalhadores, tem que reconhecer o óbvio “ululante” (porque essa palavra eleva a seriedade do que escrevo):
No aspecto moral, nada melhorou, realmente, desde que Dilma se foi. De certa forma, a coisa ficou pior:
Com Dilma, os ratos se atacavam e se destruíam, num espetáculo horroroso, mas fundamental para mostrar ao brasileiro comum, desligado do dia-a-dia de Brasília, a triste dureza da realidade política dos Poderes que guiam o destino desta nação e, em última instância, de cada um dos seres que tiveram a sorte (boa ou ruim) de nascer aqui. Foi uma época de muita efervescência social.
Sem Dilma, os ratos “fecharam” com as ratazanas. Estão unidos na missão de estancar não só a desonestidade, o crime, a safadeza… Mas, tudo e todos que possam combater seu estilo de vida. Estilo criminoso, sujo e imoral de vida; cabe acrescentar.
Ontem, só mais um capítulo pra uns; mas, eu não vi assim: Quando Aécio sai pela porta da frente de uma grave acusação apreciada no STF – porta negada a Delcídio, então Senador, em situação parecidíssima – eu vejo que o Mal (com letra maiúscula) voltou a se organizar em Brasília.
E quem vota contra, não necessariamente o faz pelo melhor futuro ao país: Faz para se vingar, faz para dar o troco, e que se dane o certo, o moral, e etc. Há quem falte à sessão por motivos legítimos, ou só para se livrar da responsabilidade…
Sempre foi podre:
Desde a retomada democrática, pós-diretas, com Sarney (sim, há mais de 30 anos, ele já era raposa velha nesse galinheiro e, ainda hoje, dá as cartas aqui e ali), depois com Collor que não chegou a ver o fim do seu mandato.
Depois, com Itamar e FHC que estabeleceram as bases do “modus-operandi” atual do grande balcão de negócios que Brasília se tornou. Não tinha Lava-a-Jato, mas não faltou escândalo, do mesmo modo:
Teve Proer, teve privatização com muita propina na Telebras e Vale do Rio Doce, teve Precatórios. Recentemente, FHC admitiu que conhecia as irregularidades da Petrobras que foram levadas ao extremo no governo seguinte… Enfim… Pode até não ter havido barulho, mas não faltou motivos para ter. Faltou Poderes Públicos sérios (MPF, PF, STF), faltou imprensa ativa e, principalmente, faltou sociedade ativa.
Depois vem Lula e Dilma, e todos se lembram muito bem de tudo o que deu errado.
Para além de todos os esquemas, dou foco ao Mensalão que literalmente comprava os votos de cada parlamentar para manobrar o legislativo ao gosto do Presidente e de seu partido.
Dou foco porque se o esquema não impressiona em cifras (diante do que a Lava-a-Jato nos mostrou), impressiona na meta: Acabar com a Democracia. Os “fazedores de lei” votavam de acordo com o que eram pagos, e o governo de Lula/PT conseguia o que quisesse(dentro de certos padrões), quando quisesse. Sem discussão de ideias, sem filosofia partidária, sem oposição real.
Para além do mar de escândalos, foi com Lula que acabamos por sedimentar o tal “governo de coalizão”. Esse modelo é o que sacramenta o “balcão”.
Ninguém faz nada em Brasília sem ter certeza do que vai ganhar com isso. “Quer meu apoio? Ótimo, qual cargo seu governo vai disponibilizar para mim/meu partido?”
É CLARO que política, mesmo no idealismo de uma sociedade perfeita, se faz na conversa, na negociação e na concessão. É claro que não é crime abrir espaço para pessoas e organizações (partidos) que pensam política como você e seu governo, ou que pensam diferente, mas complementam e somam ao seu ideal .
Mas, quando isso é condição sine qua non para TUDO que você vai fazer através do Poder que lhe foi concedido pelo voto de cada coitado que acreditou em você… Nada de bom pode vir disto.
E aqui não é teoria: Basta olhar para o retrato atual da Política brasileira. Ele é um retrato construído muito por conta desse balcão onde uma criança só deixa de beber água do esgoto se alguém ganhar um Ministério.
Exemplo extremado, concordo, mas, te fiz entender o problema, eu acho.
Ano que vem, vamos às urnas. Quem sabe, o Brasil cicatriza toda a rachadura social causada por tanta convulsão entre Tucanalhas e Petralhas, Defensores e Detratores, Coxinhas e Mortadelas…
Mas, não há nenhuma garantia: Sem material humano; sem candidato que consiga unificar os desejos de ambos os lados, de forma viável, e representando uma terceira via aos caminhos já trilhados; nada impede que a cisão entre nós cresça até um ponto insuportável.
O brasileiro tem vocação para gostar de histórias felizes e a maioria acaba achando que, no fim, tudo vai melhorar e se pacificar por si só; mas, talvez, tenhamos entrado num movimento sócio-político inexorável.
Talvez, só nos reste dividir o país em 2 ou 3, como querem os Catalães na Espanha; não exatamente pelos mesmos motivos e precedentes, é verdade…
O que tenho certeza é que independentemente da existência dessa “terceira via”, diferente de PSDB e PT (com o PMDB SEMPRE no bastidor do Poder), nós brasileiros, que nos dizemos conscientes da necessidade de transcender o crime, a desonestidade e a sujeira como o único meio de governar o Brasil, não temos o direito moral de votar em candidatos do PSDB, PT, ou PMDB (especialmente, deste último, que esteve no poder desde o fim da Ditadura, e joga para o lado que lhe dá Poder, acima de qualquer filosofia), para manter o mínimo da coerência.
Você que acha que o socialismo é o caminho e, independentemente do que penso disto, você precisa votar no candidato do PSOL, do PSTU, do PCO… Arranje algo novo.
Você que acha que o que resolve é a linha dura, o capital livre e etc.: Bem, você vai sofrer mais pra votar. Não existem partidos de Direita no Brasil, por excelência, com cartas de intenção comprometidas com os valores típicos da Direita e etc… Mas existem candidatos. Vai lá ver a lista do PSC, do PEN e, com muito cuidado para não votar em mais “mais do mesmo”, olhe para “outsiders” (termo pop na política) no DEM.
A mensagem final é que, haja o que hajar… Nós não temos o direito de votar em PT, PSDB e PMDB (reforço: o último sempre esteve no poder, desde Sarney em meados de 80) e, depois, falar em “renovação da Política”, ou que estamos “cansados” do baralho de cartas marcadas de Brasília.
ORAS… Se somos nós que pegamos “as cartas” sempre do mesmo baralho… Do que estamos reclamando???
Ou, pra fechar com a analogia de abertura: O forno está lá e, do forno, sai o que se bota pra cozinhar ali…
Mas, não há como se falar em pizza pior ou melhor, mantendo os pizzaiolos de sempre.
E nós insistimos neles (e tem MUITA GENTE querendo insistir mais), por tempo demais.
Bom, pra um post improvisado, já falei por tempo demais. Só quero acrescentar que as ratazanas estão organizadas e a hora já passou e voltou para que a sociedade civil se organize e tire todas elas de lá.
“Ah, mas, e se tiramos o rato e colocamos algo pior?”.
Que seja: É melhor errar tentando algo novo (novo, de verdade, não só no slogan), do que apostar no que, mais uma vez, se prova o mais absoluto erro continuado – estendido e repetido – de escolha de um dado povo.
Votaram para devolver mandato a Aécio:
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Cidinho Santos (PR-MT)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Dário Berger (PMDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Edison Lobão (PMDB-MA)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Elmano Férrer (PMDB-PI)
Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE)
Fernando Collor (PTC-AL)
Flexa Ribeira (PSDB-PA)
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Hélio José (Pros-DF)
Ivo Cassol (PP-RO)
Jader Barbalho (PMDB-PA)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Agripino (DEM-RN)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Serra (PSDB-SP)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Rocha (PSDB-MA)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Telmário Mota (PTB-RR)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Wilder Morais (PP-GO)
Zeze Perrella (PMDB-MG)
Votaram para manter afastamento de Aécio (26)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Alvaro Dias (Podemos-PR)
Ana Amélia (PP-RS)
Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Humberto Costa (PT-PE)
João Capiberibe (PSB-AP)
José Medeiros (Podemos-MT)
José Pimentel (PT-CE)
Kátia Abreu (PMDB-TO)
Lasier Martins (PSD-RS)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Lúcia Vânia (PSB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Paim (PT-RS)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Reguffe (sem partido-DF)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Romário (Podemos-RJ)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Walter Pinheiro (sem partido-BA)
Não votou (1)
Eunicio Oliveira (PMDB-CE) – porque é presidente do Senado
Faltaram à sessão (10)
Aécio Neves (PSDB-MG) – Estava afastado por decisão do STF
Armando Monteiro (PTB-PE)
Cristóvam Buarque (PPS-DF)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Jorge Viana (PT-AC)
Gladson Camelli (PP-AC)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)